quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Polícia Civil desmonta quadrilha do 'golpe de empréstimo'

Seis pessoas foram presas por crimes de estelionato na operação Credial da Polícia Civil desencadeada nos estados do Paraná, Goiás, Distrito Federal, Pará, Tocantins, Espírito Santo e Minas Gerais. Os trabalhos foram chefiados pelo delegado Tiago Cruz Ferreira, da delegacia de Conquista, no Triângulo Mineiro. A primeira denúncia aconteceu nessa cidade, há quatro meses, quando começaram as investigações.
Segundo a Polícia Civil, a quadrilha era formada por onze pessoas. O golpe consistia na distribuição de panfletos da suposta empresa "Credial Financeira" por esses estados, oferecendo empréstimos, porém com a exigência de depósitos para garantir a transação.
As prisões aconteceram na última sexta (19). Uma mulher foi detida no bairro Jardim dos Comerciários, região de Venda Nova, em Belo Horizonte; outro foi preso no Paraná; quatro em Aparecida de Goiânia (GO), entre eles um homem de 64 anos, chefe da quadrilha. Outros cinco envolvidos estão foragidos, entre eles um adolescente de 17 anos.
"A vítima tinha duas opções: ela poderia apresentar dois avalistas com imóvel próprio e escriturado na mesma cidade em que ela residisse ou fazer o pagamento de uma taxa-seguro, geralmente de 2,5% do que seria emprestado, para que o valor fosse pago à financeira pela seguradora no caso de inadimplência", explicou o delegado.
Para que a pessoa acreditasse no golpe, o valor do empréstimo era depositado em sua conta, com os chamados "cheques chiquita" (talões enviados por bancos a clientes reais e desviados por falsários). "Antes de fazer o depósito, a vítima ia até o banco, tirava um extrato ou ligava para o gerente e era informada que o valor estava na conta, mas dependendo de liberação", detalhou Tiago.
As funções dentro da quadrilha eram as de panfletagem, "telemarketing", e empréstimos de contas dos envolvidos. Esses recebiam em média 20% do valor depositado pela vítima.
Ao fim de dois, três dias, a vítima retornava a ligação para a "Central de Atendimento", que justificava o bloqueio do cheque por conta de pendências do cliente com a Receita Federal, e, de novo, pedia que ele depositasse, a título de cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), de R$ 350 a R$ 450. Caso a vítima continuasse apostando na possibilidade de empréstimos pela Credial, ela ainda poderia fazer outros depósitos para "Taxa de Abertura de Crédito", até que desconfiasse do golpe.
Com eles foram apreendidos várias caixas de panfleto, envelopes para depósitos bancários, bloco de ficha cadastral, computadores, cartões, RGs falsos, CNHs e R$ 1.700 em dinheiro. A estimativa da Polícia Civil é que os golpistas desviavam cerca de R$ 2.500 por semana.
Os detidos foram encaminhados para as delegacias de suas cidades.
As investigações contaram com apoio das delegacias dos estados citados acima e ainda com a Delegacia Regional de Araxá (MG); e com o 5º Departamento em Uberaba (MG).
FONTE JORNAL SUPER ONLINE

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